A LIGA, OS TITÃS E OS PRÓXIMOS


Por Josafat Falcão

A NFL é uma das mais ricas ligas esportivas do mundo – e estou dizendo uma das porque mesmo que seja a primeira outras não deverão ficar muito atrás. Mas sobre o que dificilmente haverá dúvidas é quanto ao papel que ela representa para o povo americano.

O futebol americano como esporte é um recorte bastante preciso da sociedade americana como um todo. Não há uma identificação mais clara ou isolável de nenhum grupo social, étnico ou de gênero, como acontece por exemplo no basquete, no beisebol, no hóquei ou mesmo no nosso futebol.

É um esporte literalmente abraçado e vestido pelo país e seu povo – tanto que só mais recentemente começou a se preocupar com atrair o público de outras regiões do mundo.

Só que, por isso mesmo, em alguns momentos a liga expõe a cru toda a diversidade de pensamentos e atitudes que estiverem vivos no imaginário coletivo da nação.

É o que, acreditamos, acontece no caso do Tennessee Titans. Uma franquia que consegue chamar a atenção pelo que faz dentro do campo e pelo que deixa de fazer fora dele.

Desde 2019, quando parou a um jogo do Super Bowl atropelando New England Patriots e Baltimore Ravens (e isso literalmente, também graças aos stiff arms do RB Derrick Henry), que a franquia vem mostrando que está prestes a dar voos cada vez mais altos. Em 2020, não só a franquia continua invicta como acabou de derrubar um dos últimos sem derrota, o Buffalo Bills da estrela em ascensão Josh Allen.

Mas aí…

A mesma franquia que tanto empolga no campo já deu mostras de que não está lá muito empolgada (ou até preocupada) com os protocolos contra o novo coronavírus. Como resultado, vários jogadores foram afastados (não só de Tennessee) e partidas, adiadas. Pela primeira vez em muitos anos – e só a terceira vez em cem – houve um jogo de futebol americano numa terça-feira.

O momento é excepcional mesmo, dentro e fora das quatro linhas. E por isso cabe não só à franquia de Nashville fazer a sua parte na prevenção da doença – da qual nem tudo se sabe, por recente que é – mas também à liga tomar uma atitude mais forte e decidida quanto a isso.

Pode ser mais do que chorar o leite derramado de partidas adiadas ou temporadas paralisadas (eventualmente). Pode-se evitar que vidas sejam tomadas ou, quando nada, pessoas com nome e sobrenome tenham sequelas para o resto de suas vidas.

É hora de agir.

Josafat Falcão

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