Recap SNF: Os Broncos precisam de um Quarterback

Esse recap vai ser um pouco diferente dos que eu costumo escrever aqui. Falar somente do jogo não seria justo com os Broncos. Enfrentando os Chiefs de Patrick Mahomes, dentro do Arrowhead e conseguir segurar o potencial melhor ataque da liga, não é pra qualquer um.

O JOGO

Foi mais equilibrado do que o esperado pela maioria dos torcedores dos Chiefs – e dos Broncos também.

O jogo corrido é uma grande deficiência do time de Kansas City dos dois lados da bola. Isso porque no ataque, o calouro vindo de LSU, Edwards – Helaire vem sendo o melhor corredor do time, mas não causando tanto impacto assim e Le’Veon Bell nem de longe lembra o Bell dos Steelers. Longe disso.

Se o jogo corrido a favor não funciona, contra funciona muito bem. Isso porque a defesa dos Chiefs apresenta muitos problemas em parar o jogo terrestre. Foi assim contra New England – mesmo com a vitória de Kansas City – foi assim contra Josh Jacobs e os Raiders… E foi assim contra os Broncos. Phillip Lindsay não teve muito destaque, mas Melvin Gordon teve uma ótima noite, com mais de 130 jardas na partida. E, contando com o jogo corrido, que os Broncos conseguiram ir para os vestiários com um ponto de margem.

Do lado de Kansas City, era mais uma vez Patrick Mahomes. O atual MVP do Super Bowl carregava o ataque do time, explorando a velocidade de Hill e toda a habilidade de Kelce para avançar no campo. Mas, no primeiro tempo especialmente, parou na parece laranja que os Broncos ergueram na redzone.

Foram quatro field goals que ilustrava bem a força defensiva dos Broncos. Os Chiefs anotaram apenas um touchdown na partida. Isso seria suficiente pra um time com um ataque talentoso como o dos Broncos, ganhar a partida. Mas não foi o que aconteceu.

Um minuto no relógio para anotar o TD da vitória, Drew Lock no backfield: Interceptação. Vitória dos Chiefs. A sexta seguida contra os rivais de divisão. E é aqui onde esse texto muda um pouco.

UM TIME MUITO TALENTOSO

É isso que eu vejo quando observo o Denver Broncos. Um time recehado de talentos nos dois lados da bola. Mesmo que com muitos calouros ou segundo anistas, são jogadores que têm potencial de sobra para transformar esse time em sério concorrente ao Super Bowl nos próximos anos e sim, fazer frente à Patrick Mahomes e os Chiefs de Andy Reid.

Do lado do ataque temos Jerry Jeudy, WR que veio da Universidade de Alabama. Um dos melhores corredores de rota do College Football, veloz, ganha jardas após a recepção, além de ser um playmaker. Temos o TE Noah Fant, que assim como Jeudy foi draftado na primeira rodada do draft, veio da Universidade de Iowa como um dos melhores prospectos do draft do ano passado. Teve alguns problemas com drops, mas é um TE seguro, que ajuda muito o ataque dos Broncos. KJ Hamler também é calouro e vem aparecendo bem no ataque de Denver, especialmente em chamadas de reverse, jet sweep e etc. Além desses, o ataque aéreo conta com Courtland Sutton, um dos melhores e mais subestimados recebedores da liga.

Talento não falta para o ataque dos Broncos (Créditos: Tim Warner/Getty Images)

No jogo corrido, Phillip Lindsay e Melvin Gordon formam um dupla sólida e que dá dinamismo ao ataque dos Broncos. O maior problema nesse caso, é ter os dois saudáveis.

A defesa tem nomes jovens e outros nem tanto, mas que são bons nomes e que vêm desempenhando um grande trabalho. A.J Bouye, Braddley Chubb, Kareem Jackson, Justin Simmons são alguns dos bons e talentosos jogadores dessa defesa.

Mas, no comando do ataque, os Broncos têm Drew Lock

LOCK NUNCA FOI O FUTURO

É duro dizer isso de um segundo anista. Mas desde o draft, Drew Lock nunca apresentou armas o suficiente para que se confiasse nele como o futuro da franquia Denver Broncos. Pelo contrário.

No seu segundo ano, tendo que se provar, Lock não mostra evolução. Ele segue apresentando os mesmos problemas do ano passado e que já eram visíveis no college. Problemas em fazer as progressões, precisão, trabalho de pés e em manipular o pocket são apenas alguns dos principais pontos que tornam a escolha de Lock para futuro dos Broncos questionáveis.

A questão é: Selecionado na 42ª escolha geral, ou seja, na segunda rodada, não dava pra esperar um QB pronto. Mas, com o talento que ele tem em volta, era de se esperar que esse ano ele apresentasse uma mínima evolução que seja.

O SNF dessa semana foi exatamente a experiência Drew Lock como seu franchise quarterback: Sua defesa faz um trabalho incrível parando o poderoso Mahomes com seu ataque potente, o Special Teams posiciona o ataque bem no campo, e seu quarterback – mesmo cercado de talentos como citados acima – não consegue evoluir.

Drew Lock (quarterback Broncos)
(Créditos:  Helen H. Richardson/Denver Post)

Para se ter noção, a jogada mais explosiva da noite foi uma corrida de Melvin Gordon para aproximadamente 70 jardas. O passe para TD de Lock foi lindo, bom ball placement, achando o recebedor no cantinho da end zone onde só ele poderia recepcionar aquele passe. Mas foi andorinha de um verão só.

O restante do jogo o que se viu foram erros e mais erros de leitura, precisão, falta de presença no pocket e sendo sincera, não é como se a defesa dos Chiefs assustasse tanto assim.

Além de tudo, o jogo corrido funcionava, então, em teoria, o play action também. Mas Lock não conseguia tirar vantagem disso. E esses erros são recorrentes, semana após semana na vida de Lock.

E AI JOHN ELWAY, PRA ONDE VOCÊ VAI, O QUE VOCÊ VAI FAZER?

Jogar pro alto e rezar, como na icônica narração de Everaldo Marques? Isso seria o equivalente a manter Lock como Franchise QB, mesmo ele mostrando que não evoluiu. Seria aumentar a freguesia para os Chiefs e desperdiçar todo um elenco talentoso com um quarterback que apresenta muitas limitações.

Para Denver, o caminho é trocar de quarterback. Lock pode ser um bom backup na NFL. Mas titular, não pode ser. Não em um time que aspira grandes coisas para seu futuro.

Denver hoje tem a 10ª escolha do Draft (lembrando que isso pode mudar). Nessa posição, a equipe conseguiria draftar um QB da segunda prateleira da classe, já que Lawrence e Fields serão indiscutivelmente a primeira e segunda escolha do próximo draft.

A escolha mais segura – lembrando que é nesse momento, no college as coisas mudam muito rápido – seria o quarterback de BYU, Zach Wilson. Por mais que ele seja do “segundo escalão” de quarterbacks da classe, isso não o faz do mesmo nível de Lock, longe disso. É que o sarrafo do primeiro escalão é muito mas muito alto.

Zach Wilson, Trey Lance ou Free Agency

Esses dois nomes são os únicos que estarão disponível no board (de acordo com o board do momento na minha análise) para os Broncos. Ambos apresentam armas melhores que Lock apresentava na sua época de College.

Se John Elway optar por não draftar nenhum quarterback, vai ter que buscar no mercado um nome para substituir Drew Lock. As opções não são muito animadoras a logo prazo, mas no curto prazo, a maioria se sairia melhor que o atual quarterback que, por enquanto, se mostrou apenas um bom dançarino.

Fato é que, os Broncos precisam de outro quarterback. É muito talento ofensivo para entregar nas mãos do limitado Drew Lock. Eu, como torcedora dos Patriots, fico imaginando se New England tivesse só o Noah Fant. Como tudo poderia ser melhor…

Ah, e os Chiefs ganharam de 22 a 16. Lock não foi o suficiente, mais uma vez.

Tauany Rodrigues

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