Patrick Mahomes, 25 anos, de um lado. Josh Allen, 24 anos, do outro. Dois jogadores que sem sombra de dúvida serão a cara da NFL por muitos anos, se enfrentam no Arrowhead Stadium de olho apenas em chegar ao Super Bowl.

Para Mahomes e os Chifes, não seria nenhuma novidade, já que o time detém o título de atual campeão do Super Bowl. Mas, para Josh Allen e os Bills, é a chance de novamente voltar ao maior palco esportivo do mundo e fazer história: Conquistar o primeiro anel da franquia.

A CAMINHADA DOS CHIEFS ATÉ AQUI

Foi a mais tranquila possível. Mas, apesar de apenas uma derrota no seu record, os Chiefs tiveram algumas dificuldades contra adversários mais fragilizados na temporada – caso de Patriots sem seu quarterback titular e Carolina Panthers. E nessas dificuldades que o time soube se sair muito bem.

Falar do talento de Mahomes, Kelce e cia é – como diria o dito popular – chover no molhado. A NFL e o mundo todo sabe do potencial desse ataque. Mas, existe alguém na Chiefs Kingdom que merece ser muito exaltado: Andy Reid. O head coach de Kansas City é, na minha opinião, a maior mente ofensiva que a NFL viu. Mesmo após conseguir conquistar o Super Bowl, ele conseguiu fazer esse ataque dominante mais uma vez, sem ser previsível.

Mahomes (Chiefs) correndo
O maior talento geracional da NFL no momento. (Créditos: David Eullit/Getty Images)

Claro que contando com talentos geracionais como Mahomes e Kelce. Mas contando com problemas também. O jogo corrido de Kansas City não encaixou e mesmo tendo Le’Veon Bell no elenco, não conseguiu produzir em alto nível. E mesmo assim os Chiefs foram dominantes ofensivamente e chegaram novamente até a final da AFC e a um passo do Super Bowl novamente.

DEFESA AINDA PREOCUPA

Mas, se o ataque é potente e assustador para os adversários, a defesa ainda é um ponto de preocupação. Se comparada as defesas dos anos anteriores, até que dá pra falar que a desse ano deu um salto de qualidade – pequeno, mas deu.

Mas, em alguns jogos, a defesa deixou a desejar. Novamente, usando o jogo da temporada regular contra New England (e não é porque essa que vos escreve torce para os Patriots, que fique claro) a defesa sofreu contra um ataque com poucos alvos e sem um quarterback titular. Na semana passada, contra os Browns, a defesa conseguiu limitar o ataque, mas não foi a melhor apresentação do setor defensivo dos Chiefs no ano.

Defesa dos Chiefs
A defesa até melhorou, mas ainda é inconstante. (Créditos: Jay Biggerstaff/USA TODAY Sports)

Sem dúvida é a unidade que mais preocupa Andy Reid para o jogo mais decisivo do ano até aqui.

A CAMINHADA DOS BILLS ATÉ AQUI

Não sei dizer de fato por qual motivo, mas os Bills estiveram durante o ano todo sob enorme desconfiança sobre seu bom rendimento. Talvez por estarem tão bem depois de tanto tempo, talvez por Josh Allen mostrar uma evolução assustadora de um ano para outro, mas sempre houve um ar de desconfiança pairando sobre o time de Buffalo.

O que não se justificou em campo na maior parte dos jogos. O time – principalmente na fase ofensiva – era bem consistente e inspirava confiança no que diz respeito ao ataque aéreo, principalmente com a temporada espetacular de Steffon Diggs. Já o jogo corrido, começou o ano muito bem, mas foi perdendo força. Devin Singletary e Zack Moss tiveram uma temporada de altos e baixos – mas apareciam em horas cruciais para o time.

Josh Allen é um capítulo a parte. Particularmente, sou fã do jogador desde a época de college. Corajoso, braço forte, um tanque quando está em movimento. Mas, desde que chegou a NFL, o quarterback convive com a desconfiança dos analistas. Muitos ainda não confiam em Allen, a ponto de não colocarem ele na briga pelo MVP. De fato, ele teve mais oscilações que os concorrentes diretos – Patrick Mahomes e Aaron Rodgers – mas, principalmente em jogos grandes, Allen se mostrou consistente e que sua evolução veio pra ficar. E que seu nome pode estar junto dos grandes da liga. Fez um ano no mínimo memorável e que dá muita esperança para a fanática Bills Máfia.

Josh Allen, Bills
Josh Allen merece mais carinho (Créditos: Getty Images)

DEFESAS, AI DEFESAS

O setor defensivo também é uma preocupação nos Bills. Não seria se olharmos só os nomes como Tremaine Edmunds, Tre’Davious White, Ed Oliver, A.J. Epenesa que vem tendo uma temporada fantástica. Mas na prática, a defesa vem sofrendo mais do que o que Sean McDermott gostaria.

Defesa dos Bills
A forte mas inconstante defesa dos Bills (Créditos: Divulgação Buffalo Bills)

Sem dúvida é o setor do time que mais preocupa e que mais oscilou durante o ano, mesmo com grandes nomes. Mas, se analisarmos o jogo contra os Ravens, no divisional round, podemos dizer que a defesa terá muito trabalho, mas terá condições de parar o potente ataque dos Chiefs na final da conferência.

O CONFRONTO

Dois ataques muito potentes, duas defesas sólidas mas com seus problemas. Chiefs e Bills são times bem parelhos nessa disputa. Se de um lado temos Mahomes, Kelce e Hill, do outro temos a conexão Allen e Diggs que tem sido fantástica nessa temporada.

Os caminhos para os Chiefs vencerem a partida são basicamente os mesmos de todas as outras partidas: Velocidade dos recebedores, talento de Patrick Mahomes em encontrar as separações e matchups favoráveis. A incógnita está no comportamento da sua defesa diante de um ataque muito mais potente do que o baleado Cleveland Browns. Pressionar Allen e diminuir os espaços de Stefon Diggs é o caminho.

Outra incógnita: Mahomes foi liberado do protocolo de concussão da NFL, após um choque que parecia normal mas que deixou o torcedor dos Chiefs assustado quando ele não retornou à campo contra os Browns na semana passada. Como estará o quarterback para o jogo de domingo?

Para os Bills, é minimizar ao máximo os erros no ataque, explorar os pontos fracos da defesa dos Chiefs, minimizar as blitzes que são uma das jogadas preferidas dessa defesa, para dar tempo para Josh Allen esperar as rotas se desenvolverem. O jogo corrido precisa funcionar para não tornar o ataque previsível.

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