Super Bowl XLVI: Eli Manning e os Giants entram para a história!

Lucas Oil Stadium. Super Bowl XLVI (46). New York Giants e New England Patriots. Bill Belichik e Tom Coughlin. Eli Manning e Tom Brady. O palco estava pronto, mas qual seria o destino desse jogo? Vingança depois de uma derrota muito dolorida? Ou os Giants tornando-se os maiores arquirrivais da dinastia dos Patriots? 

Para mim, a partida tinha importância especial. Na primeira temporada acompanhando esse esporte que faz parte da minha vida até agora, esse Super Bowl histórico (principalmente por conta da vitória do time que escolhi para torcer) foi decisivo para eu me apaixonar pelo futebol americano. 

Para quem quiser assistir ao jogo, tem o vídeo completo no canal da NFL no YouTube. Vale muito a pena para quem ainda não viu, ou para quem adora uma nostalgia e quer relembrar esse momento. 

Um pouco do jogo 

O objetivo desse texto não é descrever ou detalhar como foi o jogo em mínimos detalhes. Antes de reassistir esses dias pela milésima vez, muitos desses detalhes eram alheios a mim, muito por esquecimento e muito porque em um jogo de mais de duas horas muita coisa acontece. 

É hora de entrar na máquina do tempo e sentir um pouco como estava o ambiente para esse Super Bowl. 

Giants e Patriots eram já conhecidos, pois se enfrentaram no épico Super Bowl XLII. Lá em 2007, quando New England chegava 18-0 com o objetivo de ser apenas a segunda equipe na história a vencer o título invicto, Eli Manning tinha outros planos e comandou a virada com um touchdown no final para Plaxico Buress. Claro, a jogada mais marcante da partida foi a helmet catch

Agora era hora das equipes se reencontrarem no cenário mais importante do futebol americano. No Lucas Oil Stadium, estádio onde seu irmão Peyton fez história nos Colts, Eli Manning buscava vencer seu segundo título, surfando na onda de uma campanha sensacional nos playoffs (os Giants foram só 9-7 na temporada regular). 

Para Tom Brady, o estádio também trazia lembranças, já que muitos de seus duelos com Peyton rolaram lá. Além disso, que lugar seria melhor para vencer e estragar a festa dos irmãos Manning? 

Para New England, como quase sempre, o ponto forte era seu ataque. TB12 teve mais uma temporada incrível, visto que ele estava no auge de sua carreira (auge que ainda não acabou, quase 10 anos depois). A linha ofensiva era excelente e contava com um calouro de RT, Nate Solder que atualmente é jogador dos Giants. Green-Ellis e Woodhead formavam uma dupla de RB’s que encaixava muito com o estilo de jogo de Brady. 

Os grandes destaques estavam recebendo passes, em um grupo recheado de talento. Naquele ano, o TE Rob Gronkowski quebrou o recorde de touchdowns recebidos e jardas para um jogador de sua posição. Seu companheiro era Aaron Hernandez, formando um duo quase impossível para as defesas marcarem. Gronk tinha um problema no tornozelo na partida, o que acabou limitando seu desempenho. 

Brady tinha vencido 3 Super Bowls até o momento, sendo MVP em dois deles. No outro, quem levou o troféu foi o WR Deion Branch. Porém, o principal WR do time era o sensacional Wes Welker, que no ano liderou a liga em recepções. Welker durante sua carreira jogou no slot e foi o alvo preferido de Brady durante muitos anos. 

A defesa também era boa. O front seven tinha excelentes jogadores, como Rob Ninkovich, Kyle Long e Vince Wilfork. Na secundária, Devin McCourty  e Patrick Chung, que ainda jogam por New England, eram os líderes. 

Pelo lado dos Giants, mesmo com Manning, sua defesa era a unidade mais comentada. Claro, por conta de enfrentarem Brady, os holofotes estavam em cima desses jogadores. 

Muito se falou da perigosa linha defensiva de New York, o que até fez Brady dizer durante a semana que confiava em sua linha ofensiva, a qual ele considerava a melhor da liga. O coordenador defensivo Perry Fewell conseguiu tirar bons resultados de seu front seven, que contava com Jason Pierre-Paul no começo de sua carreira, Osi Umeniora e Justin Tuck como os principais nomes. 

A secundária era comandada por Antrel Rolle, que durante muitos anos foi um excelente jogador e líder em New York. O trabalho de conter todos os excelentes jogadores dos Patriots não seria nada fácil. 

O ataque, comandado por Eli, contava com uma das melhores linhas ofensivas que o Giants já teve e com uma boa dupla de RB’s em Jacobs e Bradhsaw. O grupo de recebedores não era estrelado como o de New England, mas mesmo assim contava com bons nomes. Hakeem Nicks foi o principal alvo de Eli, já que o foco da defesa adversária era limitar Victor Cruz. Mario Manningham também colaborou muito na partida. 

Logo na primeira campanha de New England no ataque, depois de forçaram um punt, rolou uma jogada muito incomum que causou muita confusão em espectadores inexperientes. Sobre pressão, dentro do pocket e na endzone, Brady resolveu isolar a bola para o meio do campo. A arbitragem marcou intentional grounding, o que resultou em um safety

Chris Canty comemora o safety. (Créditos: Getty Images)

Na campanha de ataque seguinte, o ataque dos Giants conseguiu anotar um TD, os últimos pontos que marcariam na primeira etapa. 

O ataque comandado por Brady não ia bem, sofrendo com a pressão e passes desviados pela linha ofensiva dos Giants. Uma boa campanha levou até um field goal e, recebendo a bola bem perto da sua endzone com pouco tempo antes de acabar o primeiro tempo, os Patriots conseguiram uma campanha incrível que os deixou com a vantagem de 10-9 no placar indo para o intervalo. 

Madonna estava no pico de sua carreira de sucesso e foi a artista a fazer o show do intervalo naquele ano. 

Os Patriots receberam a bola e voltaram do intervalo no mesmo ritmo. Mais uma longa campanha, encontrando os buracos na defesa dos Giants que culminaram em um touchdown de Aaron Hernandez. 

Porém, essa foi a última campanha de ataque que Brady teve muito sucesso e paz no pocket. Os Giants anotaram field goals nas suas campanhas seguintes, que tiveram boas jogadas, mas foram frustradas na redzone. O terceiro quarto acabou com NE na frente, 17-15. 

No último período, nada deu certo para o ataque dos Patriots. Logo na primeira campanha, Tom Brady lançou uma interceptação em um passe que era para Gronk, onde caso o passe fosse mais forte poderia resultar até em um touchdown. Na campanha após o turnover, o ataque de NY não aproveitou e saiu sem pontos. 

Foi aí que os drops dos recebedores minaram as chances de vitória de New England. Em uma jogada que poderia definir a partida, Wes Welker não conseguiu receber um passe até que fácil para um jogador do calibre dele. Os Patriots devolveram a bola e deram a chance de Eli vencer o jogo. 

E, justo no ano que ele comandou 6 viradas na temporada regular, o QB dos Giants não decepcionou. O ápice da campanha foi um passe perfeito para Mario Manningham, que teve uma recepção sensacional bem na frente de Bill Belichick

Manningham faz uma recepção inacreditável na sideline. (Créditos: Chris Faytok/ The Star-Ledger) 

Ao chegar na redzone e acabar com o tempo restante no relógio, tudo indicava que os Giants correriam com a bola para chutar um FG, virar o placar e deixar menos de 20 segundos para Brady tentar um milagre. Foi aí que a defesa dos Patriots propositalmente deixou o RB Ahmad Bradshaw com um caminho livre para anotar o TD, em uma jogada que ficou marcada pelo fato de que ele tentou, mas não conseguiu parar na linha de 1 jarda. 

Com menos de 1 minuto no relógio, só um milagre seria possível. No primeiro passe, dessa vez Deion Branch teve um drop. Logo depois, foi a vez de Aaron Hernandez não conseguir fazer uma recepção fácil. Outro fato curioso é que, após a partida, a esposa de Brady e supermodelo brasileira Gisele Bündchen criticou os drops do corpo de recebedores de New England

Depois de uma hail mary que não deu certo (Gronk quase pegou a bola) a partida estava finalizada. Mais um anel e mais um MVP para Eli Manning. O Lombardi Trophy era do New York Giants pela quarta vez. 

Alberto Torres

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