Super Bowl LII: Philaldelphia Eagles x New England Patriots

Quatro de fevereiro de 2018. Esse é o dia que o torcedor do Philadelphia Eagles jamais vai se esquecer. Que eu jamais vou esquecer. Afinal, esse foi o jogo mais importante da história da franquia. Além disso, foi uma partida de vários recordes, sendo considerada um dos melhores Super Bowls de todos os tempos. E aqui vai não só um pouco de como foi o confronto, mas como pulsou o coração no qual corre o sangue verde, branco e preto.

O início de um sonho

Essa temporada de 2017-18 havia sido a que eu mais acompanhei, de longe. Portanto, estava extremamente animado para o Super Bowl, principalmente por ser o time que eu mais gostava contra o time que eu mais odiava. Além da chance de seu primeiro título, os Eagles poderiam vingar a derrota para o mesmo Patriots no Super Bowl XXXIX. E enquanto New England chegava como favorita na oitava final de Tom Brady, Philadelphia era o azarão, como foi em toda a pós-temporada.

O MVP, Tom Brady, quarterback do New England Patriots, comandando o ataque. Créditos: Mike Ehrmann/Getty Images
O MVP Tom Brady, comandando o ataque. Créditos: Mike Ehrmann/Getty Images

A partida começou com duas grandes campanhas para cada time, mas ambas resultaram apenas em field goals na redzone. O primeiro touchdown veio em resposta ao empate dos Patriots, com uma linda recepção de Alshon Jeffrey, ainda no primeiro quarto. 9×3 após o ponto extra perdido por Elliot. Em seguida, New England caminhou outra vez até a redzone adversária, mas saiu sem pontos depois do kicker acertar a bola na haste. Já no segundo quarto, os Patriots forçaram o único punt da partida, e no drive seguinte, Tom Brady não conseguiu fazer uma recepção e a bola voltou para Philadelphia, que não perdoou. LeGarrette Blount correu para ampliar a vantagem, agora 15 a 3 para os Eagles. NE respondeu rapidamente com um field goal, e ao pegar a bola de volta em uma interceptação, James White, herói do SB LI, marcou para deixar a diferença em apenas três pontos.

Portanto, com dois minutos no relógio e todos os timeouts disponíveis, Philadelphia tentaria orquestrar uma campanha para pontuar e ao mesmo tempo não deixar tempo para Brady. Dito e feito. Era uma quarta descida na linha de uma jarda, com menos de 40 segundos restantes; chutar um field goal e abrir seis pontos ou arriscar?

Philly Special

Então Doug Pederson e Nick Foles mostraram, assim como fizeram durante toda a temporada, que é preciso coragem para vencer jogos de futebol americano. Assim, os Eagles chamaram a maior trick-play da história do Super Bowl e fizeram história. Um snap direto para um undrafted rookie running back, que joga a bola para o terceiro tight end lançar para o quarterback reserva. 22 x 10 no intervalo.

Depois que Foles agarrou aquela bola, meu primeiro pensamento foi “Meu Deus… os Eagles vão mesmo vencer os Patriots no Super Bowl”. Em seguida acordamos quem não estava assistindo o jogo na casa com os gritos; ninguém conseguiu segurar a emoção. Logo após a bronca, sentamos no sofá sem acreditar nos nossos próprios olhos, ainda mais depois do Tom Brady ter dropado aquele passe antes no jogo. Hoje, eu tenho certeza de que foi essa a jogada que me fez apaixonar de vez pelo futebol americano.

Deu tudo certo

Na volta do intervalo, New England fez ajustes e se apoiou em Gronkowski (que tinha apenas uma recepção) para receber 5 passes e o touchdown ao final da campanha. Dessa forma, a diferença voltou para 3 pontos e os Eagles precisavam responder. Convertendo várias terceiras descidas cruciais, Foles comandou um drive de cinco minutos e acertou um lindo passe para Clement no fundo da endzone. Entretanto, quando o quarterback adversário é o maior da história não existe sossego. Os Patriots anotaram outro touchdown, dessa vez com Chris Hogan, e o placar era 29 a 26 ao fim do terceiro quarto.

Agora já no último período, Philadelphia teve de se contentar com um field goal e devolveu a bola para NE com 6 pontos de vantagem. Na sequência, principalmente por não sofrer pressão, Brady conseguiu anotar mais 7 pontos e tomou a liderança pela primeira vez na partida: 33×32. Nessa hora eu nem respirar direito conseguia, mas voltando ao jogo, esse foi o drive que valeu cada centavo do contrato de Zach Ertz (vou sentir saudades…). Os Eagles converteram uma quarta descida no próprio campo com um passe para um dos TEs mais confiáveis da NFL e caminharam até um touchdown do mesmo. 38 a 33, faltando 2 minutos e 21 segundos, com Tom Brady do outro lado.

“Deixaram tempo demais no relógio pro CARA, já era”. Porém… Brandon Graham, que estava jogando lesionado, forçou um fumble que foi recuperado pelos Eagles e marcou seu nome na história. Após esse lance, Philadelphia gastou o relógio e chutou um FG, deixando a vantagem em oito pontos. Por fim, o quarterback que sempre teve tanta sorte, não converteu a hail-mary, e o Phildelphia Eagles venceu o Super Bowl 52.

Brandon Graham, defensive end do Philadelphia Eagles, força fumble em Tom Brady. Créditos: John David Mercer/USA TODAY Sports
Este foi o único sack da partida. Créditos: John David Mercer/USA TODAY Sports

FLY EAGLES FLY!

Essa foi a batalha ofensiva com mais jardas combinadas (1.151) pelos dois times em qualquer jogo da NFL. O MVP? Nick Foles com 28 passes completos de 43 tentados para 373 jardas, 3 touchdowns e 1 interceptação. O primeiro Super Bowl de uma cidade tão apaixonada e que tanto bateu na trave ao longo dos anos. E, além da segunda bronca pelos gritos da vitória com meus amigos, são duas as coisas desse jogo que vou me lembrar para sempre. O GOAT, Tom Brady, saindo de campo em meio a chuva de papel verde e prata; e a expressão de Nick Foles levantando o Vince Lombardi Trophy.

Nick Foles celebrando el título de la Super Bowl 2018 do Philadelphia Eagles. Créditos: Kevin Lamarque/REUTERS
“Wow”. Créditos: Kevin Lamarque/REUTERS

Psicólogo da NFL

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